IP colabora com ICNF para salvar crias de tartaranhão-caçador

Ambiente e Sustentabilidade
  • IP e ICNF salvam crias de tartaranhão-caçador
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A IP foi parceira do ICNF numa iniciativa de conservação ativa de uma espécie ameaçada, o tartaranhão-caçador, uma ave de rapina, permitindo a "instalação temporária" de juvenis desta espécie no local de nidificação.

O tartaranhão-caçador é uma ave de rapina, cujo efetivo populacional em Portugal se apresenta em declínio devido à perda de habitat e à mecanização agrícola.

Esta espécie depende de habitats pseudo-estepários, com culturas cerealíferas arvenses e forrageiras, onde nidifica de forma semi-colonial, fazendo os seus ninhos no solo. As posturas decorrem entre abril e maio, e as crias permanecem nos ninhos até meados de junho ou julho. Desta forma, as atividades de ceifa, que coincidem com este período, podem causar a destruição involuntária dos seus ninhos, ovos e crias. Esta é uma das principais ameaças à sobrevivência desta espécie, que apresenta o estatuto de ameaça “Em Perigo de Extinção”.

Devido à meteorologia anómala, que tem provocado um desenvolvimento mais rápido das culturas com uma consequente antecipação dos trabalhos de ceifa das searas e dos pastos, o ICNF deparou-se com uma situação crítica de risco de esmagamento de ninhos pelas máquinas ceifeiras na zona de Castro Verde, tendo procedido à recolha dos ovos do solo e colocando-os numa incubadora até à sua eclosão, salvando, desta forma, as crias de tartaranhão-caçador. 

No entanto, para que os juvenis mantenham o comportamento próprio da espécie, e da maioria das aves migradoras, nomeadamente o regresso, no próximo ano, ao local de nidificação, os pintos devem ser novamente colocados nos locais onde as posturas foram feitas, até que atinjam plena autonomia e possam ser libertados. Para que estejam protegidos dos predadores, uma vez que já não terão a proteção dos progenitores, devem ser mantidos, durante algum tempo, em gaiolas temporárias, construídas com recurso a estruturas ligeiras e amovíveis, suportadas por postes de madeira e delimitadas por redes.

Uma vez que nas proximidades existiam postes, propriedade de uma operadora de telecomunicações, que já não estavam a ser utilizados porque a linha foi anteriormente desativada, e após autorização dessa entidade, os mesmos foram relocalizados para os locais adequados. Dado que o ICNF não possuía meios mecânicos adequados para executar a relocalização dos postes, solicitou a colaboração da IP, no sentido de serem disponibilizadas máquinas e respetivos operadores para realizar esta tarefa. A IP verificou ser possível executar este trabalho, pelo que o mesmo foi agendado com o ICNF para dia 30 de maio.
  
A IP foi, assim, parceira do ICNF numa iniciativa de conservação ativa de uma espécie ameaçada,  permitindo a "instalação temporária" dos juvenis no local de nidificação, para onde deverão ser capazes de regressar depois de passarem o inverno em África. 

Esta ação é testemunho do compromisso da empresa no âmbito da responsabilidade ambiental, contribuindo assim para a conservação da biodiversidade, com o envolvimento ativo em projetos ibéricos co-financiados pelo programa LIFE da UE, de que é exemplo o do lince-ibérico (Life Lynxconnect).