A 17 de dezembro de 2018 terão início os trabalhos associados à empreitada de reabilitação das fachadas em pedra da Estação Ferroviária do Rossio, imóvel de elevada importância social, cultural e arquitetónica, para a Infraestruturas de Portugal e para a cidade de Lisboa.
Os trabalhos, com um investimento associado de cerca de 130 mil euros, a cargo da SIGNINUM – Gestão de Património Cultural, Lda, terão a duração de 150 dias e têm como objetivo central travar a degradação das fachadas pétreas da estação.
Embora o edifício tenha sido objeto de diversas intervenções ao longo dos tempos, a mais recente realizada em 2007, diferentes fatores, nomeadamente a poluição, a circulação automóvel ou os dejetos de aves, têm contribuído para a degradação das suas fachadas em pedra calcária.
Deste modo, e tendo em conta os sinais de agravamento de diferentes patologias identificadas, nomeadamente algumas fissuras, fraturas e a degradação de argamassas, com desgaste acelerado de cantarias, importa desenvolver esta ação, estabilizando os diferentes elementos, conferindo-lhes unidade como um todo.
No âmbito dos trabalhos será igualmente realizada uma intervenção de manutenção na estrutura da torre do relógio, situada centralmente ao nível da cobertura do edifício.
A construção da Estação do Rossio apresenta-se à época como resposta à necessidade de ter uma estação ferroviária na baixa lisboeta.
Para o desígnio a Companhia Real dos CF Portugueses contrata com o arquiteto José Luis Monteiro - figura destacada da arquitetura portuguesa e Mestre de Arquitetura da Escola de Belas Artes de Lisboa - um projeto para a construção de uma estação ferroviária nos terrenos entre os Restauradores e o Rossio.
A construção teve início no ano de 1886 e foi entregue por empreitada à empresa Duparchy & Bartissol, a qual englobava o edifício da estação, cobertura, rampas de acesso, túnel, um hotel e ainda a ligação rodoviária à Calçada do Carmo.
A então denominada Estação da Avenida, foi inaugurada a 11 de junho de 1890, e com ela trouxe, para além de inúmeras inovações: elevadores; novo sistema de sinalização (Saxby & Farmer) e novo material circulante com um sistema de controlo de fumos para poder circular no túnel, a tão desejada ligação ferroviária dos comboios nacionais e internacionais, colocando a Estação do Rossio como principal centro ferroviário do País.
De linguagem neomanuelina, a estação compreende uma série de detalhes artísticos que a tornam singular: a torre do relógio, os arcos das portas, as colunas de iluminação, a cobertura metálica ou a Sala do Rei.
Em 1971 a Estação do Rossio foi classificada pelo Instituto Português do Património Arquitetónico como “Imóvel de Interesse Público”. Em 2011 foi distinguida com uma menção honrosa nos Brunel Awards e designada, respetivamente, pelas revistas norte-americanas Flavorwire e Travel + Leisure como uma das dez e 14 mais belas estações do mundo.