Realizou-se no dia 28 de abril o Seminário online “Reabertura da Linha da Beira Baixa, troço Covilhã-Guarda”, onde foi debatida a importância deste troço a poucos dias da reabertura à circulação ferroviária.
Realizou-se ontem, dia 28 de abril, o Seminário online sobre a “Reabertura da Linha da Beira Baixa, troço Covilhã-Guarda”, um empreendimento que abrirá à circulação no próximo domingo, dia 2 de maio, após a conclusão da empreitada por parte da Infraestruturas de Portugal (IP) e os respetivos testes técnicos e ensaios de segurança.
Nesta iniciativa promovida pela IP estiveram presentes o Secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, o presidente da Medway, Carlos Vasconcelos, o vogal do Conselho de Administração da CP – Comboios de Portugal, Pedro Ribeiro, o presidente executivo da APAT, António Nabo Martins, o presidente da IP, António Laranjo, o vice-presidente da IP, Carlos Fernandes, e o diretor de empreendimentos da IP, José Carlos Clemente, bem como os presidentes de Câmara da Covilhã, de Belmonte e da Guarda.
Na abertura da sessão, o Secretário de Estado das Infraestruturas destacou a importância do investimento realizado na Linha da Beira Baixa, em particular no troço Covilhã-Guarda, “pois contribuirá para melhorar a circulação ferroviária entre o norte e o centro país com o resto da Europa, com o impacto positivo no que ao transporte de mercadorias diz respeito”, ressaltando que este empreendimento é um “fator de coesão territorial”, permitindo a concelhos como o da Covilhã, Belmonte, Sabugal e Guarda ficar “mais perto entre si e dos grandes centros urbanos”.
Sobre projetos futuros, Jorge Delgado informou que no período 2020-2030 “será realizado um investimento sem precedentes no setor ferroviário, com 10 mil milhões de euros para projetos e programas no âmbito da ferrovia”, disse.
Modernização da Linha da Beira Baixa
Na sua intervenção, José Carlos Clemente, Diretor de Empreendimentos da IP, começou por dar nota de que a empreitada neste troço teve objetivos claros que passavam pela “sua reabertura, pelo aumento da competitividade do Transporte Ferroviário de Mercadorias, dos níveis de segurança e de fiabilidade, da segurança da circulação Ferro e Rodoviária e por melhorar as ligações internacionais”.
José Carlos Clemente salientou ainda que a modernização desta linha permite ganhos ao nível da “redução de emissõesCO2 - 300 milhões de tonCO2eq (até 2046) - redução do ruído, redução do número de acidentes e do tempo de transporte, e da redução do custo dos operadores”.
O responsável explicou “que será grande o impacto nos serviços de passageiros e mercadorias”, com:
-
A reativação do serviço de passageiros, através do fecho da malha formada pelas Linhas da Beira Baixa e Beira Alta;
-
A beneficiação das ligações à fronteira, por via da criação de uma nova rota para mercadorias;
-
A utilização de material circulante elétrico para passageiros e mercadorias;
-
A redução significativa do custo de transporte de mercadorias–tração elétrica e aumento do comprimento para 600m;
-
A redução do tempo de viagem em cerca de 40%, face à data do encerramento do troço.
"A IP cumpriu com o que estava definido no Caderno de Encargos"
No debate, Carlos Fernandes, vice-presidente da IP, começou por informar que o troço Covilhã-Guarda abrirá à circulação “no dia 2 de maio”, deixando claro que para a IP tem sido, desde que este Conselho de Administração tomou posse, “absolutamente essencial ouvir os operadores sobre cada um dos investimentos, sobre cada um dos projetos para confirmar a solução apresentada e fazemos isso também ao longo das empreitadas”, explicou.
Sobre a velocidade e os tempos de percurso neste troço, Carlos Fernandes deixou claro que a IP “não é dona do plano ferroviário em Portugal”, esclarecendo que a empresa “dá todo o apoio técnico que é pedido pelo Governo”, mas não é quem decide esse plano, explicando que o Programa Ferrovia 2020 resultou de “uma ampla discussão na sociedade civil chegando a um alargado consenso relativamente ao plano para as infraestruturas”, pelo que, relativamente a este troço, “a IP cumpriu com o que estava definido no caderno de encargos para esta empreitada”.
“Futuramente, no âmbito do Plano Nacional de Investimentos 2030 (PNI2030) podemos pensar, decorrente de uma futura modernização da Linha da Beira Baixa, no aumento das velocidades entre a Castelo Branco, Guarda, Lisboa, mas tem de ser uma decisão coletiva, do Governo, do país”, concluiu o vice-presidente da IP.
![Imagem](/sites/default/files/inline-images/20210429_lbbaixaseminario_n730x400_0.jpg)
"O Ferrovia 2020 Está Agora Estabilizado na Sua Execução"
Na sessão de encerramento do Seminário, o presidente da IP começou por “agradecer a todos os profissionais, e foram centenas, que estiveram envolvidos direta ou indiretamente na execução deste empreendimento”, explicando que o troço da Linha da Beira Baixa entre Covilhã e Guarda, faz parte do Corredor Internacional Norte, integrado num ambicioso programa – o Ferrovia 2020.
Para António Laranjo, “os investimentos contemplados neste Programa permitirão uma melhoria substancial da competitividade do transporte ferroviário de mercadorias”, dando nota de que no final da sua execução, em 2023, “a capacidade de carga, no conjunto das nossas três fronteiras ferroviárias, ascenderá a cerca de 32 milhões de toneladas/ano”, permitindo acomodar 100% de quota de mercado.
O responsável destacou ainda que “81% do programa Ferrovia 2020 está concluído (13%), em obra ou contratação (69%)”, resultados que mostram que o programa Ferrovia 2020 está agora estabilizado na sua execução, estando já a ser trabalhado o PNI2030 e o Plano de Recuperação e Resiliência que, pelos exigentes critérios de racionalidade e sustentabilidade económica e financeira, além dos critérios de coesão territorial e social, “colocam ao País e, por consequência, à IP, um novo teste à sua capacidade e competência”, disse.
A finalizar, o presidente da IP não tem dúvidas de “que o país tem capacidade, tem conhecimento e tem profissionais de grande competência que podem garantir a modernização das redes ferroviárias e rodoviárias, colocando-as ao serviço de uma mobilidade mais eficiente, mais inclusiva e mais acessível, contribuindo, assim, para o aumento da competitividade, para o crescimento económico, para o desenvolvimento do território e para o bem-estar da sociedade”, concluiu.